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quinta-feira, janeiro 05, 2006 

Sidônio, um ano de administração

Nunca um prefeito foi tão aclamado pelos seus eleitores depois de eleito como Sidônio Gonçalves. A comemoração da vitória mostrou o desabafo da população local que se aglomerava nas ruas, esquinas e calçadas para homenagear aquele que representava uma grande expectativa de mudança. A vitória esmagadora colocou nas ruas de Tefé o sentimento mais evidente naquele momento, a necessidade de mudar. Tefé vivia a amargura de uma péssima administração e como uma menina carente que se atira no colo de seu novo amor, o povo de Tefé viu no então prefeito de Alvarães a solução dos problemas de sua cidade. Criou-se então a ilusão de que o novo administrador devolveria o título à cidade de a “Princesinha do Solimões”. No começo até houve um esboço do que seria a nova administração, isso deixou otimista a população e a confiança estava em alta. Vigilância sanitária nas ruas, juizado de menor implacável, criou-se até a famosa frase: - cuidado com o Arruda! Referência cômica, mas respeitosa ao Senhor Arruda que representava naquele momento uma ameaça aos jovens que desrespeitavam o horário de voltar para casa. O trânsito ganhou uma modesta sinalização, foi criada uma Guarda Municipal para orientar os condutores de veículos; garis nas ruas, tudo parecia, à primeira vista, quase perfeito. De grande importância foi o resgate da credibilidade da prefeitura na praça, os cheques emitidos por ela já não metem medo, não são mais sinônimos de calote; o pagamento da folha de pessoal está em dias. Mas convenhamos, tudo isso são coisas tão básicas, representam obrigações tão elementares que só se tornam grandes feitos se comparada à administração anterior e fazer isso seria, no mínimo, um grande contra-senso. A atual administração acabou não defino bem as suas prioridades de governo e investe em obras populares que tem resultado mais imediato do ponto de vista de aceitação popular. Os eventos, sem dúvida, são indispensáveis à cultura local e o povo necessita sim de um espaço para pô-la em prática, mas numa boa administração as políticas públicas devem ser prioridade. Ou se faz tudo de uma vez ou se faz uma de cada, obedecendo, rigorosamente, o que é mais importante para o bem estar social. As obras custeadas pelo governo do estado não podem ser referenciais para o município, logo, ao atual prefeito haverá pela frente mais três anos de mandato para melhorar a sua administração, resgatar a confiança da população e convencê-la de que a maioria das promessas de campanha ainda serão cumpridas se não quiser correr o risco de ter um futuro político questionável. Após um ano de administração frente à prefeitura de Tefé, o novo administrador não se mostra tão eficiente como se esperava, apesar de que em relação a seus concorrentes, pelo menos em um, seguramente foi a melhor opção. Agora é esperar por mais três anos, afinal de contas se for levar em consideração o seu mandato, tivemos apenas ¼ do período de sua administração. Que 2006 seja um ano em que Tefé possa ser um referencial de qualidade de vida e de administração pública, pois dela se espera muitas das mudanças que até agora a população não viu. Da sua própria avaliação de governo, de positivo, o prefeito transpareceu humildade em reconhecer erros, admitiu a ineficiência de alguns assessores e se propôs até a substituí-los, mas demonstrou desconhecer dados importantes que não pode abrir mão um bom administrador. Dos seiscentos mil reais gastos em passagem para Manaus, fica transparente que ou a saúde continua precária ou não se tem controle do que se gasta e isso é péssimo para uma administração. Com relação aos programas federais, o prefeito se mostrou ingênuo ou ingerente ao cogitar que deveriam ser repassados para a Receita Federal ou Polícia Federal, alegando que os programas só comprometem a imagem do administrador. Quanto à realização do concurso, o prefeito se mostrou preocupado em dizer que essa não é uma decisão sua. O discurso pareceu muito incoerente já que isso faz a prefeitura cumprir uma obrigação constitucional e faz valer o quadro de funcionário municipal, tornando com que os funcionários sejam da prefeitura e não do prefeito e que põe fim a um dos grandes males inerentes ao poder público municipal que é atrelar cargos da prefeitura a cabo eleitoral em épocas de eleição, ou uma forma de manter no emprego apenas aqueles que defendem a política adotada pela prefeitura, que durante muito tempo obrigou ou abriga funcionários da prefeitura participarem de comícios e outros eventos que o prefeito acha conveniente. Logo, o concurso público representa uma vitória e não uma ameaça para a população.O Jornal Acadêmico não tem caráter partidário, nem pretende ser inimigo de A ou de B, mas será um eterno parceiro da sociedade tefeense e não poupará os culpados pelas mazelas sociais de nossa cidade. Será um fiscalizador imparcial e implacável dos fatos ocorrentes na sociedade e na política tefeense. Eis que aqui se cumpre uma função importante e legítima da comunidade acadêmica de qualquer universidade e que está respaldada na liberdade de expressão inerente ao Estado democrático de direito, contribuindo com a comunidade local, compartilhando informações, questionando, evidenciando fatos e ajudando o cidadão a se politizar, aguçar seu senso crítico e contribuir na formação de uma ideologia que o faça valorizar o coletivo e combater o benefício individual que é nocivo à vida social.

*O Jornal Acadêmico é um jornal que circula livremente na UEA e para o município. Alguns textos aqui postados são retirados desta publicação.

Olá Raifran!!

Li seus artigos e fiquei extremamente comovida com sua sensibilidade e especial atenção a nossa cidade.
É tempo de acordar e expressar-nos através da palavra escrita e falada sem temer comentários.
Neste ano concluo o tão sonhado ensino superior e me orgulho de saber que estás lutando, através do jornal acadêmico,expondo suas idéias, suas poesias.
Siga em frente e conte com meu apoio.
Sou uma leitora sua.

Fraternalmente,
Jocielle Andrade

Very nice site! » »

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Quem é Raifran?

  • I'm Raifran Brandão Araújo
  • From Zé Doca, Ma - Tefé/Am, Brazil
  • A internet é esse fantástico mundo sem fronteiras e me sinto no dever de fazer dela um elo de comunicação entre a sociedade e a informação. Denunciar, criticar, sugerir e tudo que possa valorizar a sociedade e o espaço democrático. “Não podemos deixar que os desmandos das oligarquias políticas continuem tirando dos ribeirinhos o sonho de serem cidadãos". É preciso criar uma ruptura cultural e este espaço valoriza isso”. Sou Idealista, poeta amador, diretor e fundador do Jornal Folha de Tefé, lançado em 25/08/2007 e O Solimões.
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and Marcelo Braga