quinta-feira, fevereiro 23, 2006 

Uma estrela que brilha

Com uma bola no pé
Filho de um Zé, Zé Doca
Quanta emoção!
Para um povo que luta
Sozinho sem ninguém dá a mão

Com habilidade
Simplicidade e humildade
Mudei de cidade
Mudei de país

Noutros campos cheguei
Minha marca deixei
Numa bola vi o sucesso
Minha vida mudei

Num campo de futebol encontrei
O segredo da vida, a felicidade
De cidade em cidade
Fui deixando o meu nome

Mas de todas a que me dá mais saudade
É onde eu nasci, Zé Doca
Estranha no nome, maltratada pelo homem
Homens públicos que a ignoram

Mas lembrada pelos seus filhos
Que não esquece do nome
Nem no orgulho da fama

Zé Doca que fica na lembrança
De todos que partem
Que deixa saudade da infância
De uma época que ficou na saudade
Saudade de uma pequena cidade

Zé Doca que toca o meu coração
Zé Doca que por toda minha vida
Alimentará a saudade de um filho
Que não te nega a mão.

(RAIFRAN BRANDÃO ARAÚJO)


Esta poesia é uma homenagem ao zedoquense Francileudo, que brilha nos gramados europeus, e que certamente representa um grande orgulho para seu povo.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006 

CRÔNICA:
Coisas da Língua

A língua portuguesa é recheada de regras e é cada vez mais notável a distância que separa a norma culta de seus falantes. Isso em parte se justifica pelo próprio fato de que as pessoas não cultuam o hábito da leitura, mas ainda há aqueles que lêem e apresentam resistência em por em prática aquilo que aprendem na gramática. No contexto dos erros da língua estão inseridos os que ignoram as regras e os que as conhecem, mas mesmo assim estes não se sentem à vontade para falar obedecendo-as. É como o primo rico, aquele que todos admiram, comentam, mas não conseguem ter intimidade com ele. De certa forma todos acabam contribuindo para aumentar a distância entre a língua culta e a coloquial. Aparentemente isso não é muito ruim, porque se parte do princípio de que o mais importante é que a sua mensagem seja compreendida. E ainda há aqueles que são enfáticos em dizer que isso é o que importa, - você entendeu? - Então pronto! Opiniões à parte, o fato é que quando alguém vai se submeter a um concurso público, o que se ver é um corre-corre, bate um desespero e a necessidade de se conhecer as regras da própria língua. Por ironia, a língua portuguesa é a matéria que mais reprova nos exames vestibulares, seja em forma de prova objetiva ou na hora da redação. Essas dificuldades seriam mínimas se as pessoas se habituassem a falar da forma que estudam nas gramáticas, mas o erro parece que tem mais força do que a própria vontade, necessidade ou consciência de se falar corretamente, daí ele continua; como conseqüência, mais concurso, mais desespero e mais reprovação.
Curioso é também a substituição de palavras para justificar erros ou atitudes que merecem reprovação, tipo esquecimento, distração, indiferença e etc. Por exemplo, você comete um erro e aí justifica - foi mal! Esqueceu algo no lugar errado - foi mal! O foi mal acaba sendo uma maneira de pedir desculpa, reparar os erros, e muitas outras maneiras que o foi mal poderá ser utilizada. O mundo moderno nos ajuda a empobrecer a língua portuguesa; as gírias, às vezes, até soam como algo não muito, “careta”, digamos assim, - opa! -Acabei de usa-la. Mas a verdade é que ela usada em excesso acaba comprometendo a beleza da língua portuguesa. Assim, o foi mal, as gírias e os neologismos excessivos acabam tirando a riqueza e toda beleza que é a língua portuguesa e quando isso acontece, então, sim – agora foi mal!?
Em se falando de modernidade, há os viciados em salas de bate-papo na internet e o você vira vc, também passa a ser tb, aqui é aki e assim sucessivamente. O problema é que o hábito de uma situação leva a outra, é aí que mora o perigo! O computador faz com que as pessoas escrevam menos, calculem menos e algumas coisas passam a ser de menos e outras demais. O século XXI chegou e parece que estamos tão deslumbrados com os benefícios tecnológicos que esquecemos de práticas importantes como escrever e calcular. De positivo temos as informações em tempo real, já não nos limitamos à televisão, esta que é ávida por consumidores e que contribui substancialmente para estabelecer valores e modas sem se preocupar com a conveniência de quem irá consumir. Já a internet você tem a liberdade de escolher o que quer ver, mas essa liberdade nos coloca também diante do risco de sermos fúteis já que ela é um mundo sem limites, você tem do ótimo ao péssimo. Fica a conclusão de que o importante é ter bom senso e não permitir que a tecnologia, o modismo ou o chique suplante os valores que fazem da vida a grande emoção na maneira de falar, se desculpar, se informar e de viver.


(RAIFRAN BRANDÃO ARAÚJO)

 

POESIA:
Êxtase

Na intimidade do meu pensamento
Na serenidade do teu encanto
Canto e encontro o teu sorriso
Beijo teus lábios ardentes
Me entrego à maciez da tua boca
Encontro em você a ternura
Que o meu corpo precisa
Ouço da tua boca as palavras
Que me confortam
Sinto a suavidade da tua carícia
O delírio que é o nosso encontro
Os nossos corpos se unem
Sinto o teu perfume
A umidade da tua boca
Me dá a sensação de está no ar
Flutuo no pensamento
Sob o êxtase do teu encanto
Me deslumbro no teu colo
Teu gemido é o meu prazer
Meu prazer é ter você
Quanto mais te beijo
Maior é o meu desejo.
Tua alma é tão bela
E nela me encontro
Como nossos corpos juntos
No delírio que arrebata
Que cala e que fala
Que geme e que treme
Que une, que abriga
O prazer de está contigo.

(RAIFRAN BRANDÃO ARAÚJO)

Quem é Raifran?

  • I'm Raifran Brandão Araújo
  • From Zé Doca, Ma - Tefé/Am, Brazil
  • A internet é esse fantástico mundo sem fronteiras e me sinto no dever de fazer dela um elo de comunicação entre a sociedade e a informação. Denunciar, criticar, sugerir e tudo que possa valorizar a sociedade e o espaço democrático. “Não podemos deixar que os desmandos das oligarquias políticas continuem tirando dos ribeirinhos o sonho de serem cidadãos". É preciso criar uma ruptura cultural e este espaço valoriza isso”. Sou Idealista, poeta amador, diretor e fundador do Jornal Folha de Tefé, lançado em 25/08/2007 e O Solimões.
Meu Perfil
Powered by Blogger
and Marcelo Braga